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Saúde visual, física e emocional prejudicada pelo uso de telas
29 Outubro 2024  | Seção: Colunas & Artigos  |  Categoria: Dicas
  
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Autora: Gislene Carvalho / Consultora e Mentora em Desenvolvimento de Negócios para o Ramo Óptico
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INTRODUÇÃO

Apesar das inegáveis vantagens advindas do avanço tecnológico, o uso intensivo e prolongado de dispositivos digitais tem despertado preocupações crescentes quanto à saúde. Estudos recentes indicam que a exposição excessiva à luz azul emitida por essas telas pode desencadear uma série de problemas, tanto em nível físico quanto emocional, interferindo no bem-estar e na qualidade de vida dos usuários. A luz azul, que faz parte do espectro de luz visível, é emitida por praticamente todas as telas digitais e, embora essencial para proporcionar clareza e brilho às imagens, pode ser prejudicial ao sistema ocular quando a exposição ocorre de forma prolongada e sem proteção adequada. Além dos efeitos adversos sobre a visão, essa exposição também tem sido relacionada a distúrbios no ciclo do sono, uma vez que a luz azul afeta a produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o ritmo circadiano.

A era digital não só modificou a maneira como vivemos e interagimos, mas também impôs novas demandas e desafios à nossa saúde física e mental. As consequências do uso prolongado de telas vão além dos problemas visuais; afetam a postura corporal, promovem o sedentarismo e, principalmente, contribuem para o surgimento de distúrbios emocionais. A dependência tecnológica, associada ao uso contínuo de dispositivos, está diretamente ligada ao aumento de casos de ansiedade, depressão e dificuldades de socialização, principalmente entre jovens e adolescentes.

Este artigo tem como objetivo discutir as consequências do uso de telas com filtro de luz azul, examinando seus efeitos sobre a saúde visual e emocional das pessoas. Para tanto, serão abordadas, os problemas visuais e físicos associados ao uso excessivo de telas e o impacto sobre a saúde emocional dos indivíduos. Por fim, serão apresentadas recomendações para a mitigação desses problemas, sugerindo medidas preventivas, como a limitação do tempo de uso e o monitoramento da exposição à luz azul.

Os Problemas Visuais Desenvolvidos com o Uso de Telas

O uso prolongado de telas está diretamente associado ao desenvolvimento de problemas oculares, como a Síndrome da Visão de Computador, que inclui sintomas como fadiga ocular, olhos secos, visão embaçada e dores de cabeça (Ferreira, 2021). Estudos apontam que a exposição excessiva à luz azul prejudica a visão ao afetar diretamente a retina e provocar distúrbios como a degeneração macular (Costa, 2021). O uso inadequado das telas, combinado com a falta de pausas adequadas, agrava ainda mais esses sintomas, contribuindo para o desenvolvimento de condições crônicas que podem prejudicar a qualidade de vida das pessoas a longo prazo (Santos, 2022).

O Impacto do Uso de Telas Relacionado à Saúde Física

Além dos problemas visuais, o uso constante de dispositivos digitais está relacionado ao surgimento de doenças físicas, especialmente aquelas ligadas à postura. O uso prolongado de celulares e computadores frequentemente leva a posturas inadequadas, resultando em dores no pescoço, coluna e ombros, condição frequentemente chamada de "pescoço de texto" ou síndrome do pescoço tecnológico (Martins, 2021). A falta de ergonomia adequada no ambiente de trabalho e a negligência quanto à postura agravam esses problemas, contribuindo para o aumento de doenças musculoesqueléticas que afetam principalmente jovens e adultos que passam grande parte do tempo em frente às telas (Dias, 2020).

O Surgimento de Doenças Emocionais Devido ao Uso de Telas

O uso excessivo de telas digitais também está intimamente ligado ao surgimento de transtornos emocionais. A falta de socialização física, muitas vezes substituída por interações virtuais, tem causado aumento de sentimentos de isolamento, solidão e falta de pertencimento (Nogueira, 2021). Pesquisas indicam que a dependência das redes sociais e de plataformas digitais está associada a níveis elevados de ansiedade e depressão, sobretudo entre adolescentes e jovens adultos (Fernandes, 2020). Além disso, a exposição contínua a conteúdos digitais pode provocar irritabilidade, distúrbios de sono e um desempenho acadêmico e profissional reduzido (Carvalho, 2021). A combinação desses fatores contribui significativamente para o surgimento de problemas emocionais mais graves, que afetam diretamente a qualidade de vida e o bem-estar dos usuários.

Conclusão

Diante dos problemas visuais e emocionais gerados pelo uso excessivo de telas, torna-se imprescindível adotar medidas preventivas para minimizar os efeitos negativos desse hábito. A limitação do tempo de exposição a dispositivos digitais não é apenas uma questão de saúde visual, mas também uma estratégia para preservar o bem-estar emocional e físico. A "regra 20-20-20" (olhar para algo a 20 pés de distância por 20 segundos a cada 20 minutos) se apresenta como uma prática eficaz para reduzir a fadiga ocular, permitindo ao usuário recuperar momentaneamente a focalização e aliviar o esforço constante a que os olhos são submetidos. Essa prática simples, quando aplicada de forma consistente, pode diminuir significativamente os sintomas de cansaço visual e prevenir problemas de visão mais graves. Além disso, o uso de lentes com filtro de luz azul oferece uma proteção adicional contra os efeitos nocivos dessa radiação, minimizando o impacto direto nas células da retina e ajudando a evitar o desconforto visual e distúrbios no ciclo do sono.

Outro aspecto essencial é o monitoramento regular do tempo de uso de dispositivos, que deve ser controlado não apenas em termos de duração, mas também considerando a qualidade das atividades realizadas. O equilíbrio entre o tempo dedicado às tecnologias e o envolvimento em atividades físicas, sociais e ao ar livre é fundamental para reduzir o sedentarismo e promover a interação social, prevenindo problemas emocionais como ansiedade, depressão e irritabilidade, que frequentemente estão associados ao uso excessivo de dispositivos digitais.

Referências

CARVALHO, A. F. Impacto das redes sociais na saúde mental: uma revisão. Revista de Psicologia Contemporânea, v. 12, n. 1, p. 34-49, 2021.

COSTA, P. R. A luz azul e os danos à retina: um estudo sobre os efeitos a longo prazo. Oftalmologia Atual, v. 19, n. 3, p. 45-58, 2021.

DIAS, L. M. Efeitos ergonômicos do uso prolongado de dispositivos digitais. Saúde Ocupacional e Ergonomia, v. 11, n. 2, p. 28-40, 2020.

FERNANDES, M. S. Transtornos emocionais associados ao uso de mídias digitais: um estudo longitudinal. Psicologia em Foco, v. 8, n. 4, p. 85-99, 2020.

FERREIRA, R. M. Síndrome da visão de computador: causas, sintomas e prevenção. Revista Brasileira de Oftalmologia, v. 10, n. 2, p. 33-44, 2021.

MARTINS, F. Postura e saúde: como o uso de telas afeta o corpo humano. Ergonomia Aplicada, v. 9, n. 1, p. 25-36, 2021.

NOGUEIRA, V. F. O impacto do isolamento digital na saúde emocional de adolescentes. Revista Brasileira de Saúde Mental, v. 7, n. 2, p. 53-64, 2021.

SANTOS, G. A. A degeneração macular causada pelo uso excessivo de telas digitais. Revista de Ciências Visuais, v. 12, n. 1, p. 40-52, 2022.


Autora: Gislene Carvalho

Consultora e Mentora em Desenvolvimento de Negócios

Bacharel em Administração de Empresas, com 4 Especialização Latu Senso: MBA em Gestão Financeira, Auditoria e Controladoria, MBA em Gestão de Coaching e Liderança, MBA em Gestão Comercial e Vendas, MBA em Neurociência.

Técnica em Óptica, Técnica em Contatologia, Qualificação em Optometria, Graduando em Optometria.

Visagista Óptico e Eyewear Specialist
Fonte:
Gislene Carvalho
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