Coluna SerjãOÓptico
A história das lentes oftálmicas corretivas remonta ao século XIII, quando o cristal de rocha foi descoberto e começou a ser utilizado para criar as primeiras lentes. No século XV, com o aumento da demanda, os óculos se tornaram um item essencial para muitos, ganhando escala de produção. Até meados do século XX, a maioria das lentes de óculos eram feitas de cristal, mas foi só em 1940 que um novo material transformou o mercado: a resina. Esse material, mais leve e resistente, ganhou força no Brasil a partir dos anos 70, revolucionando a forma como enxergamos.
Na minha trajetória profissional, atuei como gerente de laboratório, acompanhando de perto os processos de produção de lentes convencionais e digitais. Essa experiência me deu uma visão detalhada das etapas de fabricação e me fez valorizar cada detalhe técnico que torna uma lente eficaz para quem a utiliza.
Recentemente, ao visitar alguns laboratórios, fiquei muito surpreendido pelo avanço tecnológico que presenciei. Equipamentos de última geração, processos inovadores e um compromisso com a qualidade trouxeram o trabalho deles inspirador. Além da excelência dos produtos, a agilidade na produção e na logística que fazem grande diferença no mercado cada vez mais competitivo..
Desde então, a tecnologia das lentes avançou e é possível encontrar lentes mais finas e leves, mesmo para graus elevados ou, como dizemos tecnicamente, altas dioptrias. Isso se deve aos índices de refração, um fator técnico que impacta diretamente na espessura, no peso e na qualidade óptica das lentes oftálmicas.
O índice de refração é a capacidade que uma lente tem de desviar a luz. Quanto maior o índice, mais eficiente é o desvio, mas isso são os conceito que "vimos muito? naquelas aulas de física que ficávamos torcendo para acabar logo e tocar o sinal chamando para irmos para o recreio, tempo bom que não volta nunca mais, já dizia uma canção antiga.
Mas na prática o índice de refração é o que permite que lentes com dioptrias mais altas sejam produzidas com menor espessura e peso. Isso significa que uma lente com índice de refração elevado (como 1.67 ou 1.74) consegue corrigir com a mesma dioptría que uma lente convencional, mas com espessura bem menor.
Categorias de Índices: baixo, médio e alto
As lentes oftálmicas podem ser categorizadas de acordo com seu índice de refração, desde os mais baixos (1.50) até os mais altos (1.74). As categorias mais comuns são:
Baixo índice de refração (1.50 e 1.53): indicado para graus mais baixos, essas lentes costumam ser mais espessas e pesadas, entretanto têm um custo mais acessível.
Médio índice de refração (1.56 - 1.59 - 1.60): uma opção equilibrada para quem precisa de lentes mais finas sem perder qualidade óptica. São mais leves que as de baixo índice, mas ainda mantêm um bom valor Abbe.
Alto índice de refração (1.67 e 1.74): ideal para dioptrias mais elevadas, essas lentes são extremamente finas e leves, proporcionando mais conforto e estética mais limpa.
Redução de espessura e peso: a influência da escolha da armação
Lentes com índice de refração alto podem oferecer benefícios significativos em termos de espessura e peso, mas esses ganhos dependem diretamente da escolha da armação.
Armações pequenas e redondas, por exemplo, ajudam a minimizar ainda mais a espessura das bordas das lentes, especialmente para aqueles que precisam de correção para miopia.
Já armações maiores podem expor mais as bordas das lentes, aumentando o efeito de distorção, conhecido como "efeito fundo de garrafa" em graus altos. Portanto, a escolha da armação certa é fundamental para aproveitar ao máximo as vantagens das lentes de alto índice.
Na semana passada, a Haytek lançou as novas Lentes Haytek Freeform 1.74 com Filtro Azul integrado na massa do bloco.
Segundo Bruno Assunção, coordenador de produção do laboratório da Haytek, "a presença do Filtro Azul na massa do bloco filtra a luz azul nociva de forma mais eficiente, oferecendo ainda mais conforto e proteção aos usuários.?
Custo-benefício das lentes de alto índice
Lentes com índices de refração mais altos, como as de 1.74, tendem a ter um valor mais alto devido à sua tecnologia avançada e aos materiais utilizados em sua fabricação. No entanto, o investimento vale a pena para quem busca estética, conforto e leveza.
Wallace Costa, supervisor de produção do laboratório da Haytek, destaca que "as lentes 1.74 são a escolha ideal para quem precisa de correção em altas dioptrias e elas podem representar até 30% de redução de espessura em relação ao índice anterior ( 1.67 ) no mesmo modelo e tamanho de armação e mesma grau de receita.?
A escolha do índice de refração correto para suas lentes oftálmicas vai muito além da estética, é a soma do custo-benefício para quem deseja conforto visual, praticidade e uma estética mais limpa, aliado à necessidade de alta correção oftálmica. É importante discutir com seu oftalmologista ou especialista óptico a melhor opção de acordo com suas necessidades oftálmicas e as lentes de alto índice 1.74 são uma excelente opção para quem busca o máximo de conforto, estética e proteção.