As iniciais DMRI significam DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE e o mais importante para quem procura informações a respeito é saber que existem tratamentos que trazem melhora na qualidade de vida dos portadores. Quando os primeiros sintomas forem percebidos a doença poderá ser detectada em estágio inicial, "a procura pela ajuda médica é inevitável para alcançar um tratamento bem sucedido" afirma Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista, Professora Titular de Oftalmologia da UNICAMP, Coordenadora do Serviço de Estrabismo, Oftalmologia Pediátrica e Visão Subnormal do HC - FCM/UNICAMP.
A região central da retina abriga a mácula que é a parte dos olhos afetada quando surge esta doença importante e que, na maioria das vezes, atinge pessoas com mais de 50 anos de idade.
Quando aparecem e quais são os sintomas?
Os principais sintomas podem ocorrer após os 55 anos de idade e são eles:
- Um ponto escuro ou vazio no local de foco da visão
- A escrita parecerá borrada oferecendo dificuldade no seguimento da leitura
- As linhas verticais se mostrarão distorcidas
- Linhas retas na paisagem, como os lados dos edifícios ou postes parecem tortos
- Áreas de escotomas (áreas sem visão dentro do campo de visão), ou espaços escuros e vazios que bloqueiam o campo de visão
Características da DMRI
Como a visão lateral não é afetada, felizmente a DMRI quase nunca resulta em cegueira total.
Porém quando uma grande quantidade de visão central é perdida, as pessoas afetadas consideram quase impossível realizar atividades diárias que exigem nitidez de visão, como ler, costurar e dirigir. Mesmo assim estas pessoas mantêm sua independência podendo sair às compras e exercer atividades dentro de suas casas com as devidas adaptações.
A DMRI pode progredir rapidamente ou devagar, afetando um olho e depois o outro.
Existem dois tipos de DMRI: a degeneração atrófica (seca) e a degeneração exsudativa (úmida).
Na seca a perda da visão é lenta e progressiva, os pontos escuros e vazios no campo de visão são relativos e depois se tornam absolutos. A visão é mais estável e com menos deformação das imagens. A acuidade visual para letras separadas é boa, mas torna-se pobre para leitura que exige seguimento visual. Para tanto é preciso muito treinamento visual e uso de letras ampliadas, mesmo com auxílio ópticos
A úmida apresenta neovasos subretinianos que sangram, a perda da visão é súbita e piora após a absorção e cicatrização. Calcula-se que 15% dos pacientes apresentem este tipo de degeneração. Para casos de DMRI úmida avançada a aplicação de laser não é recomendada.
Formas de tratamento da DMRI
Um pequeno número de pessoas com DMRI úmida felizmente pode receber tratamento a laser. Nesta terapia o feixe de luz intensa passa através das lentes do olho, coagulando os vasos sanguíneos sangrantes no fundo dos olhos. Este tratamento envolve um desconforto mínimo para o paciente e normalmente não requer internação.
A utilização da Verteporfirina (Visudyne) terá efeito moderado em alguns casos, sendo injetada no braço do paciente e se acumulando nos vasos anormais do olho, sendo ativada por uma aplicação de laser não térmico. Cerca de 91% destes pacientes precisarão voltar para serem retratados em três meses.
Novas terapias usando anti-VEGF, como o Bevacizumab (Avastin) têm mostrado um resultado muito positivo e até melhor do que a Verteporfirina já citada. Estudos mostram, conclui Keila Carvalho, "que os tratamentos combinados têm melhor resultado, principalmente com o uso de antioxidantes e a decisão de qual do tratamento para cada caso caberá sempre ao médico responsável pelo paciente".
Sobre a médica
Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista, Professora Titular de Oftalmologia da UNICAMP, Coordenadora do Serviço de Estrabismo, Oftalmologia Pediátrica e Visão Subnormal do HC - FCM/UNICAMP