A desejada retomada do crescimento econômico em todo o país reflete-se ainda de uma maneira muito tímida para o segmento de óptica no Rio Grande do Sul. A avaliação é da Associação do Comércio de Joias, Relógios e Óptica do Rio Grande do Sul (Ajorsul) que aponta já um volume maior e estabilidade nas vendas, mas que não pode ainda ser comemorada porque os valores médios tiveram redução estimada de até 30% na comparação com o período pré-impeachment.
- Historicamente, o momento após um episódio político traumático como ditadura e/ou Impeachment, apresenta um crescimento quase imediato. No setor óptico, houve um acréscimo de vendas, entretanto, com valores abaixo dos que eram praticados anteriormente, fazendo o ticket médio cair muito em relação à aquela época - afirma o presidente da Ajorsul, Eduardo Machado.
Outro fator fundamental para esse cenário são os avanços tecnológicos para a fabricação no segmento. Por conta dos processos Free Form, que proporciona a produção de uma lente progressiva sem depender da indústria, os pequenos fabricantes passaram a elaborar um produto próprio, com valores reduzidos.
Diante dessa realidade, quem mais sente as consequências é o varejo. Além da queda do ticket médio, existe a preocupação com tendências observadas no exterior, onde as grandes grifes do setor óptico apresentam organizações próprias para vendas, assim como a reação do consumidor que faz um comparativo maior na busca da melhor compra.
- O produto que antes era vendido, por exemplo, por R$ 1.000, agora é comercializado pela metade do preço. Assim, a concorrência entre indústrias acaba colocando os preços cada vez mais para baixo - completa.
O surgimento de estabelecimentos da própria marca e o uso do e-commerce também prejudicam o rendimento das pequenas lojas, que acabam suprimindo os itens desta marca de suas prateleiras por não conseguir concorrer.