Comprovado em recente estudo, o uso de celulares na infância durante horas - hábito que se acentuou na pandemia da Covid-19 - aumenta o risco das crianças desenvolverem estrabismo convergente (ou esotropia), doença na qual os olhos ficam desalinhados, com desvio para dentro. Se esse problema não for diagnosticado a tempo e tratado adequadamente, poderá causar sérios danos à visão, além da alteração estética, com relevante impacto psicológico e social. O longo período de exposição às telas, em geral, também está associado a miopia. Portanto, o melhor é prevenir, com consultas regulares ao oftalmopediatra.
Sobre a incidência de estrabismo, um estudo científico para investigar sua relação com a utilização de celulares, publicado na revista "BioMed Central (BMC) Ophthalmology", comprovou que crianças que manusearam smartphones por mais de quatro horas diariamente por, no mínimo, quatro meses, apresentaram maior risco de estrabismo. Outras pesquisas oftalmológicas indicam que o estrabismo convergente - o desvio mais comum - pode acometer também os adolescentes. Casos nesse grupo etário foram relatados em diferentes artigos no "Journal of Pediatric Ophthalmology & Strabismus". Uma dessas investigações foi realizada com pacientes na Itália, durante o distanciamento social devido à Covid-19.
"Nos últimos meses, temos diagnosticado no consultório um maior número de casos de estrabismo. Esse fenômeno também tem acontecido em outros países, como o Japão. Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, melhores serão os resultados. E isso vale, certamente, para qualquer doença dos olhos", diz a oftalmopediatra Patrícia Diniz, oftalmologista do HCLOE, empresa do grupo Opty em São Paulo.
Alteração que acomete 5% da população infantil mundial e que pode atingir um ou ambos os olhos, o estrabismo apresenta diferentes tipos e causas, que, além do uso excessivo de celulares, podem estar relacionadas a algum dano nos músculos que controlam o movimento ocular, lesão no nervo óptico, entre outras. "É normal algum desvio dos olhos até por volta dos seis meses de idade. Porém, se permanece depois dessa fase, deve-se consultar um oftalmopediatra", alerta.
O tratamento é analisado caso a caso. "Com a falha, os olhos não focam a imagem no mesmo sentido, ao mesmo tempo, o que pode levar à diminuição da visão, perda da percepção de profundidade e visão dupla. Daí a importância de iniciar a correção assim que possível, o que inclui o uso de óculos especiais, tampão, exercícios para os olhos ou cirurgia", conta a oftalmologista.
Ainda sobre o tempo gasto diante das telas, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reitera a necessidade, mesmo durante a pandemia, do controle por parte dos pais ou dos responsáveis das horas passadas pelos seus filhos em dispositivos digitais. E preparou um documento para o público leigo sobre o tema, disponível aqui.
Com o imprescindível isolamento social na pandemia, as crianças e os adolescentes estão assistindo às aulas em computadores, tablets e outros dispositivos eletrônicos, passando assim horas de olhos colados na frente das telas. Até mesmo as escolas que reabriram com atividades presenciais ainda estão utilizando as ferramentas virtuais para o ensino a distância. E tanto esforço pode afetar a saúde ocular, com prejuízo no aprendizado. Se o aluno já sofre de algum problema de vista, terá desinteresse, falta de concentração e maior dificuldade para compreender o conteúdo. O que para muitos pais ou responsáveis parece preguiça de estudar, pode ser resultado de alguma deficiência visual. Por isso, a consulta prévia a um oftalmopediatra é essencial para detectar e tratar qualquer doença dos olhos.
"É importante que os pais e responsáveis estejam conscientes que a negligência com a saúde ocular nos primeiros anos afeta o desenvolvimento psicomotor e a capacidade de comunicação das crianças", comenta a especialista. A atenção com a saúde ocular deve começar ainda no pré-natal, quando é possível detectar e controlar problemas oftalmológicos, como, por exemplo, toxoplasmose, sífilis e herpes, que colocam em perigo a visão do feto. "Os cuidados com os olhos começam ainda durante a gravidez, mas devem seguir com o acompanhamento regular de um oftalmologista durante toda a vida", completa.
Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. No formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas, mantendo o foco no exercício da medicina.
Atualmente, o Grupo Opty é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 21 empresas oftalmológicas, 1600 colaboradores e mais de 600 médicos oftalmologistas. O Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), a Oftalmoclin (BA), o Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), o Hospital de Olhos INOB (DF), o Hospital de Olhos do Gama (DF), o Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF), o Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), o Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), a Clínica Visão (SC), o HCLOE (SP), a Visclin Oftalmologia (SP), o Eye Center (RJ), Clínica de Olhos Downtown (RJ) e COSC (RJ), Lúmmen Oftalmologia (RJ), Hospital de Olhos do Meier (RJ), Hospital Oftalmológico da Barra (RJ) e o Oftalmax Hospital de Olhos (PE) fazem parte dos associados, resultando em 44 unidades de atendimento.